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DICAS DE PESCA

 





 

 

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Minhoca de praia
O Arranque
Sobre o Bagre
Isca - Corrupto
Linha de Pesca

 

Eliana Augusto

   

MINHOCA DE PRAIA

NA PRAIA TAMBÉM TEM MINHOCA

A pesca na costa é fascinante, seja ela praticada em costões, praia ou embarcações. A extensa variedade em espécies e tamanhos dos peixes proporciona ao pescador muitas emoções. O critério na escolha do material a ser usado deve ser levado em conta o tipo de pescaria que se vai praticar. Em qualquer modalidade que se pratique, a isca será sempre um motivo de bom planejamento, já que ela é o elemento que entra em contato direto com o peixe. Assim sendo, para a pesca de praia, também conhecida como Surf-Casting, a isca natural é a mais utilizada e entre as várias opções disponíveis a minhoca de praia propicia ótimos resultados e demonstra ser uma excelente isca.

ONDE ENCONTRAR A MINHOCA

Esse anelídeo, parente das minhocas terrestres, vive em praias rasas e de areias firmes, geralmente de cor acinzentada. As características das praias da região de Bertioga até Itanhaém, no litoral sul de São Paulo, e algumas no litoral norte, próximas a Ubatuba no estado de São Paulo, permitem a deposição desse tipo de sedimento, essencial para a ocorr6encia desse animal. Ainda não tive a oportunidade de localizar a minhoca em outras regiões do Brasil e, se alguém puder fornecer-me algumas referências, seriam muito bem-vindas. A minhoca vive enterrada na areia, em galerias de cor esbranquiçada e chega a atingir mais de um metro de comprimento. Não são localizadas como acontece com o Corrupto, que forma pequenos orifícios. Notamos sua presença somente quando ela põe a cabeça para fora da areia, alguns centímetros, quando sai a procura de alimento. Ela é muito arisca pois basta um pequeno toque para retornar a sua galeria e não sai novamente com facilidade. Esta isca é utilizada há várias décadas mas mesmo assim é muito pouco conhecida, talvez pela dificuldade de retirá-la de seu habitat.

CAÇANDO A MINHOCA

Só é possível capturar a minhoca durante a maré baixa e apenas quando seu nível baixo for inferior a 0,50 m. Elas estão situadas na linha d''água onde as ondas se movimentam levemente. Para localizá-las necessitamos usar restos de peixes, principalmente sardinhas, porque exalam mais cheiro e possuem oleosidade. Estes atrativos são colocados dentro de um saco, que deverá ser poroso, do tipo ráfia, e arrastados na linha d'água para que as minhocas aflorem. O animal expõe só a cabeça, que fica a procura de alimentos. para mantê-la atraída aproxime um pedaço de peixe encostando-o sutilmente na cabeça da minhoca, que tentará tirar alguma parte e levar para a toca. É neste momento que precisamos ter bastante habilidade para capturá-la. Com a outra mão, posicione os dedos em forma de pinça e tente segurar a cabeça da minhoca com alguma pressão e lentamente comece a erguê-la. No início a minhoca tentará retornar para dentro da areia, retraindo-se, mas tenha paciência, não forçando em demasia pois ela pode se partir. Aos poucos a minhoca irá cedendo e sairá inteira. Outro método é fazer um laço com um fio de nylon e colocar a cabeça da minhoca no centro. No momento oportuno feche o laço e vá retirando-a lentamente. Uma novidade com relação a esta segunda opção é um pequeno aparelho que dispara um gatilho prensando a cabeça da minhoca num local apropriado e para retirá-la o procedimento é semelhante ao das outras situações. O inconveniente deste aparelho é que algumas vezes ele corta totalmente a cabeça da minhoca e com isto a perda é total.

COMO CONSERVÁ-LA

Após retirar a minhoca, guarde em um pequeno recipiente a quantidade suficiente para a pescaria . A minhoca mede quase um metro, mas utilizamos mais ou menos a metade do corpo para pescar, sendo que a parte inferior não é aproveitada e tende a deteriorar muito rápido. Um detalhe importante: não é aconselhável deixá-la junto ao corpo. Para retirar a parte inferior, basta segurar a minhoca pela cabeça e ir deslizando os dedos indicador e polegar pinçando o corpo até que ela se partirá. Após esta limpeza, seque envolva a parte útil em areia fina e seca ou na farinha de milho (fubá). Desta forma, você terá a minhoca em condições de uso no mínimo por dois dias, desde que seja conservada em geladeira. Para manter mais tempo em conserva é só congelar mas não deixe ultrapassar mais de um mês para usá-la. O ideal mesmo é pegar somente a quantidade que será usada.

A EFICIÊNCIA DA MINHOCA

Utilizo as minhocas para a pesca de Betaras e Bagres, pois observei em diversas ocasiões que esses peixes são muito atraídos por esta isca, mas nas minhas pescarias tenho sempre à mão outras qualidades de iscas. para utilizar a minhoca, basta cortá-la em pequenos pedaços, de acordo com o tamanho do anzol, e trançá-la várias vezes deixando o anzol bem coberto e a sua fisga livre.
Aí está mais uma dica sobre iscas. Boa pescaria.

 

O ARRANQUE

 

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A IMPORTÂNCIA DO ARRANQUE

 Como é possível praticar a pesca de arremesso com linhas finas, em que precisamos alcançar longas distâncias e capturar peixes acima do limite de sua capacidade?
O uso de linha de bitola finas já é prática muito comum, e vem sendo utilizadas por grande parte dos pescadores esportivos com resultados comprovadamente positivos. Aumentar a distância dos arremessos , diminuir o atrito na água e no a, dobrar a emoção ao retirar o peixe d'água, enfim, estes são alguns dos principais fatores positivos das linhas finas. Mas ainda continua sem resposta como uma linha tão fina consegue realizar todas essas proezas? Para esta resposta existe só um segredo, que se chama arranque.
Arranque é uma extensão da linha principal, de espessura maior, que serve de união entre a linha mestra do molinete ou carretilha e os anzóis. Ele tem a função, entre várias outras. de absorver o impacto do lançamento e também de dar maior segurança no momento da retirada do peixe d'água. Existem vários materiais para confecção do arranque, específicos para cada modalidade de pesca. Em nossa especialidade, a pesca de praia, utilizamos o monofilamento de nylon que preenche todos os quesitos necessários para sua prática.
A distância a ser alcançada e o peso do chumbo são fatores importantes que vão determinar a espessura da linha a ser usada. Uma regra muito simples, que faço uso e que geralmente dá bons resultados, consiste em dividir o peso do chumbo por dois para estimar aproximadamente a bitolada linha do arranque. Por exemplo: com chumbo de 80 g usarei arranque de 0,40 mm aproximadamente, e provavelmente um pouco menor dependendo da resistência ad linha à ruptura, pois existem no mercado inúmeras marcas de linhas com resistências diferentes. procuro geralmente usar as de menor diâmetro e com maior resistência. as varas com ações distintas (rápida e lentas) somadas à perícia do pescador ao efetuar os arremessos também são fatores relevantes que resultarão em escolhas diversificadas. As preferências pessoais devem ser respeitadas.
DOIS TIPOS DE NÓS DE UNIÃO
Ah! É aqui que mora o perigo. Se esta pequena tarefa não for rigorosamente bem executada e com controle de qualidade, podemos colocar tudo a perder. Já imaginaram o arranque, a isca e o chumbo saindo voando livremente após a execução do arremesso? Ou pior ainda, ao retirar algum "valente" da água e o nó se soltar? A decepção será muito
Para não correr esses riscos, aprender a fazer corretamente esses nós de união é a solução. Aqui também uma regrinha é válida: dificilmente deve se ultrapassar uma diferença de 15 a 20 pontos da linha mais fina para a mais grossa a fim de não prejudicar a resistência entre elas. A seguir indico dois tipos de nós que mais utilizo em minhas pescarias. Ao executá-los tome cuidado para não deixar as voltas dos nós remontarem e lubrifique-os com saliva antes de apertá-los definitivamente.
Nó único para arranque (uni-knot)
Este é um nó que mais uso quando a diferença de diâmetros entre as linhas é grande. No caso de linhas com uma pequena diferença de diâmetro, o nó de sangue é o mais indicado. Atualmente já existe no mercado um produto verdadeiramente revolucionário para facilitar a união do arranque com a linha principal: a cola líder. Introduzida no Brasil por pescadores que participavam de competições de pesca, esta prática vem sendo utilizada desde 1973 e por vários anos foi mantida em segredo, permanecendo sob domínio de poucos. Mas atualmente pode ser encontrada nas boas lojas de pesca, acompanhada de um folheto explicativo. Algumas das principais vantagens deste método é a diminuição do volume do nó, o que reduz o atrito nos passadores e evitam o acúmulo de sujeira na região da emenda.
COMPRIMENTO IDEAL E TESTE DE QUALIDADE
O tamanho da linha de arranque deve ser aproximadamente duas vezes o comprimento da vara. Usando esta medida, pode se contar umas quatros voltas de linha mais grossa no molinete ou carretilha que darão maior segurança no arremesso e também na retirada do peixe da água, momentos nos quais mais se exige da linha. quando a pesca é praticada em plataformas pontes ou molhes, deve-se conferir para maior segurança, se o comprimento do arranque é suficiente para ter no mínimo duas voltas no molinete antes de içar (subir) o peixe. Se o peixe for de bom tamanho, não confie totalmente no arranque que poderá se romper por sobrecarga. Se possível, use o passaguá para auxiliá-lo. Porém, nas plataformas que estão a vários metros de altura acima da linha d'água, esta operação se torna quase impossível. Recorrer ao auxílio da "coca", que é uma espécie de coador utilizado pelos pescadores de plataforma, é uma das soluções.
Outra alternativa é conduzir e com perícia o peixe até a praia, numa tarefa árdua, mas ao final compensadora. O arranque é a parte do conjunto que mais sofre desgastes de todo tipo, sejam eles provenientes do impacto, abrasão ou sobrecarga. Cabe ao pescador sempre verificar seu estado de conservação. Se a linha se tornar opaca, com algum ponto puído, com ranhuras, ou tomar formato de espiral (com memória), é sinal que já passou da hora de trocá-la. Se aparentemente voc6e não observou nada anormal, um pequeno teste bastante seguro é passar a linha suavemente entre os lábios. Se você sentir alguma ranhura, então troque a linha, pois ela poderá se partir neste ponto.
TODA REGRA TEM EXCEÇÃO
Apesar de todas as vantagens que descrevemos na utilização do arranque, existem situações que podemos deixar de usá-lo. Em praia calmas,quando os arremessos forem curtos e com chumbos leves, isto é, em uma pesca 'leve", em que não contamos com a presença de grandes espécies, podemos abolir o uso do arranque. A linha do molinete se une diretamente ao chicote, que é o local onde são fixados os anzóis. Com uma linha 0,20 mm ou 0,25 mm no molinete unida diretamente ao chicote, é possível fazer ótimas pescarias com emoções dobradas.
Portanto, saber usar o arranque certo no momento adequado e também deixar de usá-lo quando necessário, significa dominar plenamente seu equipamento de pesca e, para conseguir os resultados almejados, só falta um elemento: um bom pesqueiro, mas eu tenho certeza que você já tem vários em sua lista. boa pescaria

SOBRE O BAGRE

 

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A POLÊMICA PESCA DO BAGRE

Ao planejar uma pescaria, devemos contar com situações inesperadas que podem acontecer, mesmo com as condições de lua e maré favoráveis.. A "virada" do tempo é uma delas, que certamente mudará as condições da água que ficarão revoltas e escuras e, já de antemão, é possível saber que dificilmente encontraremos peixes de escamas. Por outro lado, o pescador poderá contar com nossos velhos conhecidos que lá estarão, os Bagres.

Presentes em toda a costa brasileira, os Bagres são considerados peixes comuns pela maioria dos pescadores. Seu tamanho pode variar desde pequenos exemplares que não passam de 30 cm, até outros que chegam a quase um metro e pesam de 4 a 5 kg, como os maiores exemplares que já observei. Todos os bagres marinhos pertencem a uma única família, denominada cientificamente como a família Ariidae.
De maneira geral apresentam o corpo alongado, sem escamas, com as nadadeiras peitorais e única dorsal com o primeiro raio constituído por um espinho oco e serrilhado. São peixes de fundo que freqüentam águas com até 30 metros de profundidade, principalmente em substratos de areia ou lodo. Têm hábitos noturnos e crepusculares, mas durante o dia também são encontrados em águas turvas. Estuários, mangues, canais e baías são seus locais favoritos.
Todas as espécies de bagres possuem barbilhões nas maxilas que os auxiliam na busca de alimentos no escuro ou em águas de pouca visibilidade. Encontramos em grupos ou solitários, formam cardumes na época da reprodução, principalmente nos manguezais. Em algumas espécies os ovos são incubados na boca dos machos, que asseguram proteção contra os predadores. O Bagre Branco e o bandeira ( Bagre marinus ) são os de maior porte e têm relativa import6ancia comercial em certas regiões do sul e sudeste por seu tamanho e abundância. Na culinária, são apreciados pela carne saborosa, que fica deliciosa quando bem preparada. As espécies mais comuns são o Bagre Urutu ( Genidens genidens ) ou Bagrinho, como é mais conhecido, e o Bagre Amarelo ( Cathorops spixii ). Sem importância comercial por seu tamanho reduzido, são considerados como autênticas pragas para os pescadores
EQUIPAMENTOS MAIS INDICADOS
Para pescar os bagres na praia, recomendo que sejam utilizados três conjuntos diferentes de equipamentos, que serão definidos principalmente de acordo com a distância que se pesca na praia. No primeiro canal, como os arremessos serão mais curtos, é ideal usar um equipamento mais leve. Varas de 2,50 a 3,00 metros de comprimento, com linha principal de 0,20 mm no molinete e com arranque de 0,25 a 0,35 mm no máximo, constituem um equipamento bem balanceado para ótimas brigas. Não esqueça de regular a fricção, pois poderão aparecer também os grandes exemplares.
Para atingir o segundo e o terceiro canais, tanto em praias rasas como de tombo, o ideal são vars acima de 3,30 metros, linha do molinete entre 0,20 mm e 0,25 mm com arranque de 0,30 mm 0,40 mm, para dar maior segurança nos arremessos. Os anzóis variam de acordo com o tamanho dos peixes, que por sinal são muitos gulosos. mesmo pequenos exemplares de bagre são capturados em grandes anzóis. É importante que o anzol fique rente ao fundo,exatamente pela características do peixe procurar alimentos nesta região, denominada de bentos. Procure adequar o peso do chumbo para que a ação da maré não o arraste demais. Uma dica é deixar a linha do equipamento formar uma pequena "barriga", para que os anzóis não saiam do fundo.
A isca mais comum é o camarão, sem casca e em pequenos pedaços, de tamanho proporcional ao do anzol. As minhocas do mar, Sarnambi, berbigão, mariscos, pequenos pedaços de sardinha, lula, etc.,podem ser usados como opção. Apesar de não ser um peixe muito exigente em seu cardápio, come quase tudo o que lhe é oferecido, o bagre também tem suas preferências e dependendo do dia faz a sua escolha, por isso teste vários tipos de iscas

CUIDADO COM OS FERRÕES

Ao manusear os bagres é preciso ter cuidado especial, porque seus ferrões ficam eretos e travados quando o peixe está excitado ou assustado, e uma ferroada pode ser muito dolorida. Dependendo da sensibilidade da pessoa, seu efeito pode durar horas e até dias. Durante todos esses anos que venho praticando a pesca esportiva, presenciei inúmeros acidentes com ferrões de bagre. Alguns com muita gravidade, precisando inclusive de assistência médica, e outros que conseguiram ser resolvidos no próprio local. eu mesma já senti na pele ( ou melhor, no dedo ) a dor de uma ferroada!
Segundo a crença popular, algumas medidas são consideradas infalíveis para sanar a dor, como por exemplo: tirar o olho do peixe e esfregar no local, cortar a ferida em cruz e até urinar sobre a ferroada. mas nada cientificamente provado, enfim... O procedimento mais recomendado é limpar bem a ferida com água quente até que a dor diminua. Alternar água quente e fria e fria ( choque térmico ) também pode pode ajudar. O ideal é ter sempre um produto a base de xilocaína, que diminui a dor e, nos casos mais graves, procurar socorro médico o mais rápido possível. Esse tipo de acidente costuma acontecer quando os peixes, mesmos mortos, são deixados no chão com os ferrões, pois estes continuam perigosos. A melhor forma de manuseá-lo é segurar o peixe travando seus ferrões entre os dedos. Para garantir maior firmeza, você pode usar um pano ou alicate de bico fino, preso em sua mandíbula. Isto dará uma boa margem de segurança para que em seguida você possa soltá-lo na água.
Durante o ano todo é possível fazer boas pescarias de bagre, principalmente considerando seus hábitos noturnos e crepusculares. Os grandes exemplares proporcionam momentos emocionantes por serem valentes brigadores que não se entregam facilmente. "Boa Pescaria"

ISCA - O CORRUPTO

 

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A ISCA DE CORRUPTO EM MASSAGUAÇU

Com a intenção de conseguir bons resultados em algum ponto de pesca próximo a São Paulo, uma das melhores escolhas, sem dúvida, é a praia de Massaguaçu. Localizada no Litoral Norte do estado, a praia é freqüentada assiduamente por pescadores principalmente vindos do Vale do Paraíba, devido a sua piscosidade expressiva. Em suas águas ocorrem constantes torneios promovidos pelos clubes filiados a Federação, como pelas agremiações das industrias.
Em companhia de meu marido Dirceu Augusto e dos amigos José Carlos e Chiquinho, todos profundos conhecedores de Massaguaçu, programei esta pescaria com o objetivo de mostrar as várias maneiras de iscar o corrupto com eficiência. Apesar do céu "carrancudo", não nos intimidamos e resolvemos pegar a estrada. Rumamos à praia das Palmeiras onde saímos à procura dos corruptos e antes do meio dia, horário de ocorrência da maré mais baixa (0,1metro) já tínhamos o suficiente para nossa pescaria. Uma hora e meia antes do reponto da maré é o período em que é possível retirar os corruptos de suas galerias.
Separamos algumas iscas que estavam vivas e preparamos a conservação de outras, mergulhadas em salmoura ( água e sal) e colocadas dentro de uma caixa térmica com gelo.

A MANEIRA INDICADA DE ISCAR O CORRUPTO

Conforme o previsto, chegamos a Massaguaçu no início da maré alta, período mais propício para iniciar a pesca de praia, pois os peixes costumam se aproximar em busca de alimentos. O Sol começava a dar seus primeiros sinais criando a esperança de uma tarde agradável.

Dos ótimos pontos de pesca existentes em Massaguaçu, escolhemos o mais profundo. Como o mar estava calmo, com águas claras e quase nenhum vento, nossas chances eram grandes. Tudo indicava que os peixes estariam ali, a nossa espera. Montamos os equipamentos com varas de dois tipos: para média, em torno de 3,30 a 3,60 metros, para arremessos a pequena distância, e para pesca forte, de 3,90 a 4,20 metros para atingir longas distâncias.
No primeiro equipamento, o corrupto foi iscado vivo e inteiro. O objetivo era atrair o Robalo, que em praia de tombo, como Massaguaçu, costuma mariscar na faixa de 10 a 20 metros próxima a costa. Por isto, não é necessário realizar arremessos longos. O anzol ideal para iscar o corrupto é o Maruseigo entre os números 12 e 17, ou outro semelhante.
Uma das maneiras de iscar é colocar o anzol no segundo anel da cauda do corrupto,introduzindo-o através de seu corpo. A ponta do anzol deve sair pela cabeça do animal,procurando um local firme para não perfurar a parte gelatinosa. É indispensável o uso do elastricot ( linha elástica ) para firmá-lo no anzol, propiciando maior segurança ao arremesso e evitando que os peixes pequenos roubem a isca. O elastricot deve ser enrolado a partir da cauda,dando algumas voltas pelo corpo ( sem pressionar ) e terminando na cabeça. Não é preciso cortar a linha, pois basta um puxão que ela facilmente se arrebentará e é importante deixar a ponta do anzol livre. No segundo equipamento, como o objetivo eram os arremessos longos em torno de 80 a 130 metros, utilizamos as iscas conservadas que são mais firmes. Para iscar, corte dois anéis da cauda e metade da cabeça do animal. Então dobre o corrupto ao meio e passe o anzol simultaneamente, mantendo a parte central do corpo sem perfuração. Posicione o anzol ao lado da parte gelatinosa e enrole o elastricot em torno do conjunto, dando o formato de uma bolota.
Corrupto: A isca que atrai diferentes espécies
O robalo foi nosso primeiro visitante e não demorou para aparecer o segundo, comprovando, assim, que o local e o tipo de isca dão ótimos resultados. Outros peixes foram também capturados como o pampo e a betara. Além disso inúmeras iscas foram roubadas por pequenos peixes.
Nas varas que estavam a distância, a incidência de peixes foi maior. Foram várias betaras, bagres, pampos, corcorocas, todos de tamanho expressivo, e até uma bela corvina com cerca de 2 quilos que encerrou a pescaria com chave de ouro. Durante o jantar ouvimos várias histórias de pescarias realizadas por José Carlos e Chiquinho que deixaram todos curiosos e com vontade de retornar a Massaguaçu. eles contaram que, em uma pescaria noturna, a pegada foi tão violenta que a linha arrebentou e eles nem puderam ver o que haviam fisgado. Após este episódio reforçaram suas linhas e molinetes e continuaram atrás deste misterioso troféu.

De fato, grandes emoções podem ser vividas em praias como esta. Basta estar com o equipamento adequado, com iscas de boa qualidade e ter paciência. Além disso, o mais importante é fazer com que os barcos pesqueiros parem de fazer o arrasto próximos da costa, como presenciamos naquele dia. Espero que as autoridades competentes tomem as devidas providências, pois esses barcos matam toneladas de pequenos peixes e afastam os grandes, empobrecendo assim as pescarias de praia que poderiam ser ainda mais produtivas para os que pescam esportivamente.

A LINHA DE PESCA

 

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Linhas para a pesca de praia

 As linhas de pesca existentes no mercado apresentam diversas opções de cor, diâmetro e elasticidade. Para escolher a mais adequada é preciso considerar o tipo de pescaria praticada. Nesse artigo irei comentar alguns itens importantes na escolha da linha para pesca de praia.
Os monofilamentos abrangem a maior parte do mercado, pois servem para quase todos os tipos de pesca. Já os multifilamentos ficam mais reservados à pesca oceânica. São, menos flexíveis, difíceis de se romperem e não exigem muito no ato do arremesso.
Com relação as cores, existem poucas evidências cientificamente comprovadas sobre o fato dos peixes identificarem as cores ou ter preferência por alguma delas. O certo é que eles pressentem a sombra e se assustar e fugir. As linhas, quando velhas, tendem a ficar opacas na água e a sombra pode aumentar, fazendo com que os peixes fujam. Já as linhas fluorescentes são usadas para facilitar a visão do pescador, pois até uma determinada profundidade dentro da água, elas permanecem visíveis. Alguns pescadores dizem que essas linha afastam os peixes, mas outros acreditam que elas atraem a atenção. Uma alternativa para superar essa dúvida é colocar um líder transparente.
O diâmetro está intimamente ligado a resistência, pois quanto maior for o seu número, maior será a resistência á ruptura. Devemos lembrar que a pescaria torna-se ainda mais esportiva e, portanto, mais emocionante, quando usamos linha finas. Elas facilitam arremessos mais longos e a sensibilidade é maior. Um instrumento que podemos ter à mão para facilitar a escolha é o micrômetro. Com ele podemos detectar o diâmetro exato das linhas. Esse recurso é importante, pois existem oscilações entre o diâmetro real e o que foi numerado pelo fabricante. É melhor escolher as mais uniformes, que indicam maior precisão e qualidade de fabricação
Quando lançamos até 60 metros, a pesca é considerada leve. Neste caso, o líder deve ser de 0,20 a 0,25 mm, do tipo que suporta chumbos de até 80 gramas, sem se romper. O comprimento do líder varia de acordo com a vara de pesca, sendo sempre um pouco maior que esta. Para chumbos mais pesados e lançamentos mais longos é necessário adequar o líder, aumentando o seu diâmetro para 0,40 a 0,60 mm.
O uso contínuo das linhas, a exposição ao sol, o contato com o sal e o atrito com a areia e as pedras vão desgastando-as naturalmente. O primeiro sintoma que se observa é que ela fica opaca, tornando-se quebradiça e sem resistência. Troque -a imediatamente, senão surpresas desagradáveis devem acontecer. Vale a pena lembrar também que podem ser tomados alguns cuidados para garantir sua maior durabilidade. Ao terminar a pescaria, tire os anzóis e procure fazer um arremesso bem longo. Rebobine a linha passando um pano limpo, embebido em água doce ou, se possível, silicone. Esse artifício deixa a linha limpa e evita o ressecamento. Experimente essas dicas, escolha a linha de sua preferência e veja os resultados. Garanto que serão compensadores. Boa Pescaria !

Eliana Paes de Oliveira Augusto  

Fonte: Coluna "Pescando com os pés na areia", da edição nº. 27 da revista Pesca&Companhia.
O clube CPEVAP agradece ao Sr. Pepe Mélega a autorização pelo uso desta matéria.

 

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